No mundo da “Cibercultura” a inteligência é algo coletivo e a
escola terá que derrubar seus muros reais para acessar os virtuais se quiser
ter eficiência em saberes que se multiplicam em rede.
A matéria em destaque desta semana trata da “Virtualização
dos Saberes” da revista Filosofia (Página 17) – Ano VI – Número 68: http://filosofiacienciaevida.uol.com.br/ESFI/Edicoes/68/artigo252719-1.asp
Pierre Lévy que estuda a base
ontológica da Internet faz uma interessante análise do virtual em relação à
potência (Aristóteles): “Na acepção filosófica, é virtual aquilo que existe
apenas em potências e não em ato, o campo de forças e de problemas tende a
resolver-se em uma atualização. O virtual encontra-se antes da concretização
efetiva ou formal (a árvore está virtualmente presente no grão). [...] É
virtual toda entidade “desterritorializada”, capaz de gerar diversas
manifestações concretas em diferentes momentos e locais determinados, sem
contudo estar ela presa a um lugar ou tempo em particular”. (LÉVY. Cibercultura
p.47)
Filosofando para o ambiente
escolar, percebi que a escola é um local
formal com endereço certo e que eu também tenho endereço certo. Nós utilizamos ou tentamos, no caso da
escola, uma ferramenta de construção que nada mais tem de virtual, pois é bem
concreta.
Dizer que a internet é virtual
não cabe mais ao mundo da comunicação mediada em nossos dias. Ela é um recurso
mais avançado que o telefone ou a TV, mas continua sendo um recurso bem
concreto.
Quando postamos na internet
utilizamos uma máquina que envia dados à outra máquina, que por sua vez os
armazena. Pessoas do mundo inteiro acessam estes dados que são bem reais e lidos com conversores. Processo bem diferente
da semente que contém uma árvore virtual.
Um livro também pode conter um
exercício que prevê um projeto, assim o projeto
ainda é virtual (programado e imaginado). Esse deve ser o pensar
filosófico do educador e da escola em relação ao mundo que foi denominado de “Virtual”.
Hoje ele é real e faz parte da
vida. Fica clara a necessidade dos ambientes escolares possuírem este recurso e
utilizá-lo com função didática. Caso contrário seria o mesmo que preferir rodar
conteúdos em um mimeógrafo ao invés de xerocopiá-los.
Estes processos já ultrapassados foram substituídos
por livros consumíveis e o processo de novos recursos sempre foi e será
constante no mundo e consequentemente na escola.
Por outro lado, a humanidade
sempre teve em sua semente o futuro e a virtualidade de seus pensamentos em
relação ao amanhã. Essa vertente coloca a tecnologia como propulsora de um
processo que sempre existiu: a troca de informações e os ambientes colaborativos.
Agora, por este olhar, consigo
enxergar a potencia e a humanidade em constante transição ao longo da História.
O que antes era realizado nas
universidades, nos centros de pesquisa, nos cafés filosóficos e inúmeros
lugares limitados, hoje acontecem na rede (internet) e com uma velocidade de
publicação que era potencia em algumas décadas do passado.
Os vídeos-game também nos levavam
ao mundo da potencia e eu utilizava o recurso na década de 80 do século
passado. Minhas brincadeiras eram virtuais porque acessava um mundo que só
existia em minha imaginação.
Então a virtualidade da rede está
apenas na capacidade de imaginação de nossas mentes, todo o resto, é concreto,
real e realizado por máquinas, que por sua vez são comandadas inicialmente por
homens.
A escola não conseguirá manter
sua filosofia unilateral, ou transforma-se também em um ambiente colaborativo, ou
perderá sua função de ajudar na preparação do indivíduo para suas ações no
mundo.
O Educador não conseguirá dizer
que optou por não usar tecnologia. Ele poderá não gostar, mas terá
que aceitar sua necessidade ao mundo do educando, e a escola é feita para ele.
Portanto, a falta de tecnologia
aplicada à educação em uma instituição de ensino passou de opção para
defasagem.
Minha pergunta final: Você
considera-se inteligente sem utilizar o mundo CIBER?
Caros Professores,
A blogofina "ON - Novas tecnologias" pretende ser uma fonte de conhecimento e de potencia para nosso dia a dia em sala de aula.
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